Eu não sou psicóloga, mas defendo a importância da psicologia e agradeço
o seu auxílio no tratamento dos meus pacientes. Sempre digo que há dois
caminhos a seguir rumo ao controle da ansiedade, do medo e dos transtornos que
giram ao seu redor. Um deles, escolhido pela psiquiatria, preconiza o uso de
medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, químicos que controlam a
ansiedade, ao meu ver, aprisionando o cérebro numa caixinha bem pequenininha,
dentro da qual ele não poderá se expandir e, consequentemente, não perceberá
nenhuma reação, seja ela boa ou ruim, ou seja, a vida perde a cor. Os
medicamentos não denotam ao paciente nenhum processo de cura, visto que, sem
eles, os sinais e sintomas são imediatamente recuperados e volta-se à estaca
zero.
Sou adepta do caminho da psicoterapia, ciência que transforma o ser
humano e faz com que ele assuma uma nova postura diante dos eventos que a vida
trouxe, traz e continuará trazendo, buscando o autoconhecimento e o
autocontrole sobre as suas próprias emoções.
Pensando bem, a ansiedade tem a sua função protetora, afinal nos
conscientiza de riscos que podemos evitar, prevendo as consequências dos nossos
atos. A ansiedade nos dá um poder de escolha, mas deve existir na medida certa.
Uma simples preocupação pode gerar um sentimento de medo, pânico, terror e
pavor, que nos paralisa, podendo exacerbar e se transformar em um transtorno,
como a síndrome do pânico, o estresse pós-traumático, o distúrbio fóbico ou de
ansiedade generalizada, cujo tratamento envolve, além dos fármacos, nesses
casos bem indicados, mas por um curto período de tempo, a psicoterapia.
(Danielle Louise Sposito Bourreau)